FLUXO INTESTINAL DO CERÉBRO DE UM CAVALO

se os demônios insanos do domingo
não pararem de me atormentar
eu vou pegar o telefone e te ligar baby...

"O efeito da vodka caseira nas mulheres da aldeia"

as entranhas do homem
as entranhas do búfalo
para a pele do homem
o casaco do touro

bucéfalo

o homem rebanho do homem
cotovelo calejado por balcão dos bares

cú é caráter

uma vontade enorme de bater asas da janela do apartamento
examinar rápido a consciência
enquanto o estampido se aproxima
tímpanos afogados em sangue
olhos sujos espremidos como bagos
pessimismo na glândula pineal
doença correndo nas veias
nem me lembro a última vez que
chupei uma garota até ela gozar
creme é corrimento
os dentes mordendo os trilhos
enquanto o comboio se aproxima
western vietnamita

eu fico tão doido
excitado e doido para te foder
depois de uma sessão de yoga

demônios voam no meu teto com asas de borboleta
no chão meus sapatos calejados pela chuva e sujeira, das ruas
eu passei o dia inteiro sozinho
eu passei a noite inteira bebendo
rodeado de garotas e luzes negras
em um porão elétrico iluminado
fabrica de amor e ódio entre corpos
qual o seu problema?
por que não vem comigo?
eu vou correndo para o bar em busca de violência e um cigarro
do outro lado da rua um carro está parado
um homem conversa com uma garota na janela do lado de fora
eu dei o primeiro soco
escutei o primeiro tiro
copos sendo arremessados contra os rostos
esta é uma brincadeira para poucos
eu lambo o suor que circula na menina dos meus olhos
o sangue tinge o colarinho
desafio sozinho os carros com o sinal aberto
eu cheguei inteiro
eu estou quebrado
meu coração está partido
no teto do quarto
os demônios repousam envoltos em suas asas de borboletas
em silêncio
eu acendo as luzes
eles permanecem quietos
não querem um tumulto a essa hora
pelas frestas da janela surgem as luzes
do dia é hora de dormir
o primeiro ônibus sobe a rua
não sei que horas vou pegar no sono.